Pois é, essa coisa de "só vou ali na esquina" ou "é logo aqui pertinho"... É exatamente nesse espaço mínimo que as coisas podem acontecer.
Moto é pirigosa? Acho que tanto quanto carro, ônibus, avião, charrete, patins...
Vai depender de quem está guiando, se segue as rotinas de verificação dos equipamentos (de proteção e do meio de locomoção), se tem noção do que um simples erro pode ocasionar!
Minha mãe tinha dois irmãos. Tinha, pois ambos faleceram em acidentes de trânsito!
O primeiro tinha pouco mais de 30 anos de idade. Tinha um carro e uma moto na época. Aquela época que não era "obrigatório" o uso do capacete, onde era seguido aquele exemplo que vemos no filme Easy Rider, onde dois motociclistas (ou seríam motoqueiros?) pegavam estradas com suas motos e, vale salientar, sem nenhum equipamento de segurança. Simplesmente trajados de calça jeans, camisas, botas, bandanas na cabeça e óculos escuros!
Voltando ao caso do meu tio... Um belo dia foi a um casamento de um amigo dele! Antes de sair de casa a sua mãe perguntou, ao vê-lo aprontando a moto pra sair: "Meu filho, por que não vai de carro?" E ele, muito seguro de si deve ter dito: "Que é isso mamãe, estou indo a um casamento, não vou viajar. Sem falar que vou devagar, pois não quero chegar todo desarrumado!"
Beleza... A cerimônia acabou e, voltando para casa, foi ultrapassar o carro de um amigo dele e, adivinha!
Tocou com o mata-cachorro da moto dele no pára-choque do carro que ia ultrapassando. Ok, manobra mal feita e muito mal sucessedida... Caiu com a moto na descida de um viaduto e bateu com a cabeça na mureta lateral do mesmo.
Resultado?
Como estava sem capacete, traumatismo craniano grave!
Passou quase um mês em coma profundo, vivendo graças ao maquinário. E olha que ele era atleta, foi jogador e técnico de seleção brasileira de basquete! Mas o asfalto não quer saber disso meu amigo! Ele estava sem nenhum equipamento de segurança! Ao desligarem as máquinas na UTI a pedido da família, pois era sabido que estava ainda ali, "vivendo" involuntariamente, faleceu!
Aí todo mundo começou a fazer campanha contra motos na nossa família! Mais que normal!
Todos eram contra quando alguém dizia que ia comprar uma moto! E se fosse pego andando na garupa de alguém, era briga na certa!
Pois bem, passados vários anos, todos relaxaram com o lance da campanha contra motos!
E numa bela noite recifense, meu outro tio, irmão daquele da moto, depois de tomar umas e outras, vinha com seu carro em alta velocidade e sem o cinto de segurança, passa sobre um buraco na rua, poucos metros antes da subida de uma ponte e, adivinha... O carro dele capota e sobe a ponte capotando, pasmem! Então não vinha devagar. Concordam?
O carro para de capotar e fica na sua posição normal, sobre as quatro rodas... Meu tio, infelizmente foi projetado para fora do carro, ficando pendurado na porta, segundo relatos de testemunhas do acidente! O resultado, mais uma vez, traumatismo craniano seguido de morte!
Bom, no dia que decidi comprar minha primeira moto, já fazia uns dois anos que meu irmão tinha comprado a dele, uma Bros 125cc! O pessoal já estava remediado, mais relaxado com o lance das motos! Meu irmão teve a moto por quatro ou cinco anos e nunca sofreu nada! É muito cuidadoso dirigindo ou pilotando. Quando foi minha vez de comprar a moto, escutei de todos: Rapaz, moto é perigoso!!!
Aí entrei de carrinho de frente...
Seria um cartão vermelho de cara no futebol!
Falei: Então tá... Vou comprar um cavalo ou uma charrete, já que dois tios meus morreram, um de moto e outro de carro. Assim, ambos são perigosos!
Pronto, silêncio total!
Gente, concordo com o Jô Soares quando ele diz: "Moto foi feita pra cair, pois um veículo que só tem duas rodas e que, se a gente deixar parado sem o descanso aquela peste cai!" Tudo bem, a possibilidade de um tombo de moto é muito maior que uma capotada ou virada de carro! Mas quando se tem irresponsáveis guiando um veículo, pode ser moto, carro, bicicleta, avião, helicóptero, enfim... Vai dar em merda, desculpem a expressão!
Então, se você guia dentro dos limites de velocidade, respeitando os limites do veículo, pensando sempre na sua integridade física e na das demais pessoas que estão por perto, esse risco de acidente cai, e cai muito.
Vivo viajando entre Maceió, Recife e João Pessoa, de moto! Isso já tem uns dois anos! E sabem quantos acidentes eu já vi nas estradas envolvendo motos? Dois! E os envolvendo carros e caminhões? Uma infinidade!
Então, qualquer meio de locomoção é perigoso!
Como dizemos nós espíritas: Orai e vigiai!
Dê valor ao bem material mais precioso que lhe foi dado: SEU CORPO!
Grande abraço a todos!