Compra da primeira moto

Aqui estarão reunidas todas as informações a respeito da Ténéré 250
lucasmarx
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Compra da primeira moto

Mensagem por lucasmarx » 19 Out 2017, 18:11

Olá a todos.

Meu primeiro post aqui no fórum e gostaria de pedir uma(s) dicas, se não for muito incomodo, vamos lá :D :

Estou para comprar a minha primeira moto, nunca nem pilotei moto, fora as aulas (insuportáveis) da auto escola que terminei semana passada. Porém já dirijo carro há mais de 5 anos.
Pela experiência em trânsito, meu tamanho (1,83/90kg) e conselhos de amigos com moto optei por começar por uma 250cc.
pesuisando modelos, relatos e informações sobre as marcas, decidi pela yamaha.
Primeiro fui na concessionária e adorei a Fazer 250 porém gosto muito de acampar, fazer trilhas, descer pra praia e isso envolve muitas ruas esburacadas (Ubatuba/SP), estrada de terra, etc.


Enfim, os caminhos se convergeram na Ténéré, olhando as motos a venda aqui na minha cidade encontrei uma que vou hoje ver pessoalmente e se estiver tudo conforme o anunciado irei fechar o negócio.

Gostaria de saber se posso comprar sem medo ou é mal negócio. Também algumas dicas do que devo me atentar antes de comprar.
Tirando o que aprendi no último mês sou completamente leigo em motocicletas/mecânica.

Segue as informações da moto:

R$ 9.900,00

Modelo:YAMAHA XTZ 250 TENERE/TENERE BLUEFLEX
Ano: 2013
Quilometragem: 57.000
Cilindrada: 250

2013 único dono, SUPORTE dos baús laterais Givi baú traseiro 46l, proteção de mão
relação DID nova
DPVAT pago foi licenciada este mês
manual e chave reserva
Sem detalhes
todas as trocas de oleo feitas com yamalub
de acordo com o anunciante ele roda 25.000 km com o pneu traseiro
fazendo 30-32km/l

http://tinypic.com/r/2zz84ur/9" onclick="window.open(this.href);return false;

oscarmaxi
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Re: Compra da primeira moto

Mensagem por oscarmaxi » 22 Out 2017, 17:10

Lucas, boa tarde.
Primeiramente, sugiro que você treine pilotar de verdade, no mundo real. O que você aprendeu na auto-escola é só o básico do básico. Você deve treinar, pricipalmente curvas em velocidade, o que não se faz na auto-escola. Vá aumentando a velocidade aos poucos. Treine frenagens também. Com pista seca e pista molhada. Aprenda qual a distância você precisa para freiar com segurança e qual a velicidade você deverá estar para entrar numa curva sem invadir a outra pista e sem derrapar para fora... Na minha humilde opinião, esses são os dois pricipais fundamentos do motociclista.
Quanto à compra da moto, começando com uma tenere 250, você começa bem. As pessoas parecem que não gostam de dar opiniões sobre compras... Sei lá, parece que não gostam de se comprometer... A princípio, parece que 57.000 km é muito. Mas se a moto foi sempre bem cuidada, não é. Atente para os itens de manutenção periódica, como pneus, trnasmissão, pastilhas, cabos, etc. Se estiver tudo em ordem, acho que dá para ficar tranquilo...
No mais, boa sorte. Motociclismo é muito legal, mas exige muito cuidado. Nunca descuide, nunca se ache "o bom". Se tem um lugar onde a virtude da humildade é importante, esse lugar é em cima de uma moto.
Abraços.

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ivnn
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Re: Compra da primeira moto

Mensagem por ivnn » 22 Out 2017, 18:27

Deve ter tópicos de frenagem aqui no forum, e técnicas de fazê-lo em livros e cursos de pilotagem defensiva e livros. Para ajudar no detalhe de "continuar vivo", durante o período da habilitação comprei e li o "Proficient Motorcycling" do David Hough. Não dá para nem seguir as técnicas que me ensinaram na moto escola. O cara de lá me disse, quando perguntei sobre o freio dianteiro: "Não usa isso! É perigoso! É pra usar só o traseiro".

Ciclistas e e motociclistas experientes já tem esse conceito "no sangue". Mas vou repetir:

Seu contato com o chão deve ser através dos pneus, em duas pequenas manchas de poucos cm², uma embaixo do pneu dianteiro e outra embaixo do traseiro. Você consegue controlar o tamanho dessas manchas mudando a pressão dos pneus.

Já a massa da moto combinada com a sua (e de garupa, tralha, etc) forma um CG (centro de gravidade) que está substancialmente acima do chão, entre as duas manchas de contato com o solo.

No momento que você acelera, essa sua massa faz força para trás, pois está sendo acelerada (f = m.a). Essa força para trás, acima da linha de contato com o solo, altera a distribuição de pesos nos pneus. O pneu traseiro passa a receber mais peso, e o dianteiro menos. A soma dos dois continua igual ao peso da moto, mas enquanto acelera a distribuição "vai para trás". É por isso que a frente de um carro sobe quando vc acelera; menos peso na frente faz subir a suspensão dianteira, e mais mais peso atrás desce a traseira, e o efeito combinado é levantar a frente. Em moto é a mesma coisa. Se você acelerar com suficiente força, e o CG estiver suficientemente alto, a frente levanta e perde contato com o solo, o que a impede de ser útil para guiar, estabilizar e frear.

Quando você frear ocorre o inverso. Mais peso vai para a frente e o traseiro fica mais leve. A frente afunda e a traseira sobe. Com a traseira mais leve, a capacidade do pneu traseiro de frenar reduz, pois ele começa a derrapar com menor força de frenagem. Quanto mais forte a frenagem, mais leve fica a traseira. E mais pesada fica a frente, melhorando sua capacidade de frenar.
Por isso quem "segura a bronca" em frenagens de emergência é o dianteiro. O cara da auto-escola me ensinava errado.

Por conta do pessoal ficar inicialmente condicionado a usar primeiro o traseiro, em situações de frenagem de emergência envolvendo esse pessoal você verifica a seguinte sequência:
- Aparece uma razão de frenagem de emergência;
- o cara comanda o traseiro por reflexo. Como ele quer parar rápido e foi por reflexo, a força será grande, e o traseiro trava;
- com o traseiro travando o "abs cerebral" do cara comanda "abre os freios", sem distinção de dianteiro ou traseiro. Ter essa distinção em emergência é coisa pra profissional ou muitos anos de prática. O cara alivia os dois.
O resultado é uma frenagem muito mais porca do que poderia ser.

Se for para desenvolver reflexo, eu arrisco dizer que é melhor ter reflexo de alicatar o dianteiro, que é perigoso em curvas principalmente no molhado, porque daí, se travar, não dá tempo do "abs cerebral" fazer nada. (mas em linha reta dá sim, eu garanto :gargalhada: ) O que o pessoal do curso de pilotagem defensiva do CET sugere é: Quando em curva, não deixar os "2 dedinhos" permanentemente no manete do freio. Daí o tempo de você levar a mão ao manete já permite que se acione também o traseiro e assuma a situação, fora de um contexto de reflexo. Segundo eles, os 2 dedinhos é técnica exclusiva para pilotar em corredor e atrás de veículo que possa frear repentinamente.

Finalmente, um relado da semana passada: Colega de scooter média em corredor, aparece do nada uma ambulante na frente. Freia por reflexo 100% traseiro, mas a moto tem CBS ou equivalente. Mesmo assim a traseira travou. A moto dançou de lado em corredor. São Pedro segurou a dançada da moto com pneu travado, enquanto São Benedito arrancava a mulher da frente. No fim, sem estragos nem materiais nem humanos, só um susto da porra. E olha que esse meu colega pegou emprestado meu Proficient Motorcycling e disse que leu...

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