kablack escreveu: Não entendi. Porque é que a Honda "precisa garantir que o motor perca menos calor" se "motores à álcool aquecem mais a câmara de combustão"?
Ou aquece mais e o calor pode ser "perdido" ou aquece menos (e ai você concorda comigo) e o calor não pode ser "dispensado".
Pode ser que tenha havido algum erro de interpretação, talvez pela forma rápida que escrevi.
Quando citei a necessidade de perder menos calor, quis dizer que você está certo em dizer que o álcool aquece menos a câmara de combustão, graças ao seu menor poder calorífero.
Logo, a vela mais quente passou a ser usada para garantir que a temperatura alta seja mantida.
Lembre-se também que quando a IE "reconhece" o álcool, o mapa de injeção é alterado. Nesse ponto, além do maior tempo de injeção de combustível, o ponto de ignição é avançado. É por isso que a Honda declara mais potência quando se utiliza a moto com etanol. Mesmo que se aumente 30% do volume de combustível (etanol), se não ocorrer avanço, o motor não teria ganho de potência. Avanço de ignição gera mais calor, obviamente.
kablack escreveu:
Concordo que a gasolina e especialmente o óleo Diesel tem algum poder de lubrificação nas válvulas dos motores. Contrário do Etanol e, especialmente, do GNV que é muito seco. Mas o motor pode prescindir desta lubrificação para funcionar. Se assim não fosse como funcionariam os motores à gás?
O fato dele ser movido a etanol ou GNV não implica dizer que o motor não irá funcionar bem, irá, a questão levantada é a relação do combustível com a durabilidade do motor. A redução da vida útil e maior necessidade de manutenção dos motores a GNV e em segundo plano a Etanol é realidade, essas condições são oriundas das características dos combustíveis citados.
kablack escreveu: Penso que o problema do motor da XRE é sim, em parte, estrutural. Diminuíram o diâmetro da vela para aumentar a robustez do cabeçote.
Mas... A conta que não fecha para mim são as exigências do PROMOT com motores de refrigeração à ar.
A exigência de motores menos poluentes obriga os engenheiros a diminuir a quantidade de gasolina injetada para a mesma quantidade de ar. Isso gera uma mistura mais pobre que, automaticamente, resulta em uma temperatura de motor maior. Especialmente no cabeçote.
Quando este motor e movido à etanol, pelo simples fatos do volume de combustível injetado ser 30% maior, somado ao menor poder calorífico do álcool e maior quantidade de água resultante da queima e o fato do combustível ja carregar 5% de água, temos, uma menor temperatura na câmara de combustão.
Ou não?
Parece que o único motor que não suporta as exigências do PROMOT é o 300cc da Honda, já percebeu né? hehehe. Desde 2006 o motor 250cc da Yamaha está presente no mercado, quantos deles você viu ou ouviu dizer que teve problema com aquecimento?
Não sei se é novidade pra você, mas o motor 250cc da Honda, presente nas TW e Tornado (CARBURADOS) já sofriam com trincas no cabeçote.
O problema é que a Honda cria motores Frankenstein, ou seja, pegar um motor menor, faz maquiagem e lança como novo. A quantidade de reclamações com os motores 150cc e 300cc da marca não está no gibi, é fora de série.
Já a Yamaha (não sou fã boy), lança uma moto 150cc com motor reformulado, são as Fazer 150cc e Crosser 150cc. Eu duvido trincar cabeçote, assim como nos 250cc.
Mas a Honda tem projetos maravilhosos também, a Hornet é um deles. A Biz e POP 100, alguém já viu essas motos quebrar motor? Até com óleo de cozinha esses pequenos valentes funcionam, durabilidade fora de série.
Voltando aos 300cc, olha essa imagem:
O motor trabalha a vida toda num limite técnico absurdo, temperatura é só um pequeno detalhe no contexto defeituoso, ou melhor, do mal projeto desse motor. O motor é naturalmente sensível, não há como fugir disso.
Eu acredito piamente que a sensibilidade do motor tenha diminuído com a adoção da vela de 10mm, coisa que eu venho batendo cabeça desde 2011 no fórum XREOnline. Muitos me criticavam por lá, achavam que eu estava queimando a moto à toa, até expulso fui, hilário, kkkkkkkk. Foi engraçado quando meu cadastro foi reativado, pois naquele momento a Honda tinha lançado a versão dos motores com vela mais fina e bomba de combustível dentro do tanque, do jeitinho que eu tinha dito por lá, rs.
O ruim disso tudo é que o motor continua sem a robustez necessária e o fato de usar álcool não me abre os olhos. Apesar do volume de etanol ser maior e se poder calorífero ser menor, temos uma vela mais quente e um avanço de ignição maior, sem contar com as propriedades destrutivas desse combustível.
Mas continuo acompanhando, tenho um apreço danado pelo conjunto da moto.