TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Aqui ficarão as informações sobre técnicas de direção defensiva (pilotagem) e outras dicas sobre prudência e responsabilidade no trânsito.
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Helano
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TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por Helano » 13 Abr 2011, 10:13

TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Fonte: http://www.hondacbrbrasil.com/t145-tecn ... -pilotagem" onclick="window.open(this.href);return false;
Vamos para as curvas! Neste capítulo, mostraremos as forças que atuam na moto na hora de contorná-las

Subir na moto é muito mais do que "usar um veículo". Traçar curvas, acelerar e frenar, seja em um simples scooter ou em uma superesportiva, é algo que se "vive", porque envolve a física. Faça com sua moto um suave slalom e veja como as suspensões se comprimem e se estendem em cada mudança de direção, repare como muda a sensação de peso sobre a moto e curta esses momentos de "ausência da força da gravidade". Agora, imagine como seria fazer essa mesma manobra com um carro: incômodo, lutando contra as inércias dentro do veículo que tenta nos chacoalhar. Na moto, as forças da física jogam a nosso favor e nos permitem desfrutar do equilíbrio em cada momento.

Essas sensações, além de uma relação mais estreita e direta com o meio ambiente, sobretudo quando o clima é amigável, são as que transformam um "simples andar de moto" em pura paixão. Por isso, você poderá encontrar nos domingos pela manhã grupos de pessoas viajando com suas motocicletas,compartilhando suas paixões sobre duas rodas ou abaixados por detrás de suas carenagens entrelaçando seus traçados. Mas para fazer tudo isso, de forma correta e sem riscos para nós ou para os demais, é necessário contar com alguns conhecimentos de base e um certo treinamento. Exatamente por isso que nós lançamos esta série de técnicas de pilotagem. A motocicleta gera muita diversão e prazer, mas com muita segurança, acima de tudo.

Todas essas ações que comentamos exigem um certo esforço de nossa parte, tanto mentalmente, para saber exatamente o que devemos fazer em cada situação e também o que não devemos fazer nunca, como fisicamente, pois pilotar uma moto exige um trabalho físico que pode chegar a ser considerável em certas circunstâncias. Cedo ou tarde, melhor cedo do que tarde, chegaremos a uma zona de curvas e deveremos reduzir nossa velocidade para que seja adequada à curva que vamos nos defrontar e à visibilidade que tenhamos. Por isso, as motos têm freios, e estes são um dos elementos mais potentes no veículo, já que são capazes de detê-los em muito menos tempo do que necessita um motor, por mais potente que seja, para acelerar a essa mesma velocidade.

A preponderância da frenada deve ser para o freio dianteiro, já que sobre essa roda recai a maior parte da carga. Entretanto, a roda traseira ainda se mantém em contato com o solo e as reduções de marchas e a retenção do motor também ajudarão nessa frenada. Chegando às curvas, manteremos os freios acionados, mas ao mesmo tempo queremos iniciar o contorno da curva. Nosso corpo tensiona e o pé começa a apoiar o peso do corpo na pedaleira interna para ajudarmos a moto a mudar de trajetória. Mas a moto parece resistir a tudo isso enquanto mantemos os freios acionados: a direção está "dura".

A maioria das motos tem essa tendência de levantar e abrir as trajetórias, se tocamos no freio dianteiro. O motivo disso está diretamente ligado a um "par" de forças que são geradas quando estamos com a moto inclinada e que não coincidem com as forças criadas no momento da frenagem. A união dessas forças faz com que a direção tenda "fechar" e isso faz com que a moto queira levantar e sair na tangente. Lembra-se do capítulo anterior, no qual informamos que se você vira o guidão para um lado a moto vai para o outro. É o famoso contra-esterço. Assim, o piloto deve fazer mais força no guidão para que a moto siga na trajetória desejada. No caso de motos de competição, com a telemetria instalada, essa força do piloto no guidão chega a ser de 25 kg! Deve-se ter consciência de que existem diversas forças "rondando" seu equilíbrio. Se a frenagem é muito forte ou aumenta-se a potência de repente, essas forças serão desiquilibradas e você poderá "perder a frente".

Aí vem a famosa expressão: a frente fechou, pois a roda vira demais para dentro da curva. Esse é um bom motivo para não deixar para frear muito em cima da curva, ter sempre uma certa margem de segurança e chegar à curva com a redução de velocidade já feita. Bom, mas além de frear temos de reduzir as marchas, e adequar nossa velocidade para o que vem a seguir. A retenção do motor é muito importante na fase de entrada da curva e terá uma influência decisiva de como será nossa inclinação, o traçado obtido e sua precisão. Se entramos com uma marcha muito curta e com o motor em alto giro, teremos muita retenção e chegaremos ao ápice da curva muito lentos; sendo obrigados a corrigir o traçado levantando a moto, ou pior, acelerando o motor com o giro muito alto e brusco. É algo que ocorre facilmente em serras bem sinuosas e com pilotos de pouca experiência e muita "vontade". Este reduz para uma marcha muito curta, deixa o motor em alta rotação, cria traçados irregulares e tem a velocidade em curva muito baixa (e inseguro).

Se esse é o seu caso, melhor optar por uma marcha a mais que uma a menos. No outro extremo, se entrarmos com uma marcha longa demais ou sempre frenamos sem reduzir, chegaremos à curva com pouca retenção e nos dirigiremos ao ápice da curva muito rápidos e "soltos". Se não deitarmos com decisão, a força centrífuga abrirá a trajetória tirando a moto do traçado ideal. Depois de termos frenado, reduzindo a marcha, soltamos os freios e vamos "para dentro" da curva! Nessa fase da curva, o importante é entender que, apesar de espetacular, na realidade esse é o momento no qual há menos forças em jogo. Não há aceleração nem frenagem, simplesmente "deixamos correr" a moto pela trajetória eleita. A uns 100 km/h constantes (sem aceleração), é exercida apenas uma tração de 8 cv. Especialmente por isso, que o mais delicado é o contato da roda dianteira com o solo, pois essa recebe a maior parte do apoio. Pensar em uma derrapada da dianteira, nesse caso, seria fatal!
Até mesmo um piloto experiente precisará de muita sorte, além de tentar apoiar o joelho com força no chão para não cair.

Mas não tenha medo, porque os pneus modernos são capazes de agüentar inclinações incríveis. Com o asfalto normal e limpo e a temperatura do pneu ao redor de 35º, pode-se deitar mais de 50º com uma esportiva de ponta. Em uma naked, trail ou touring, normalmente, já estaremos raspando "tudo" antes de atingirmos o limite de contato do pneu com o solo. Quando estamos rodando com motos desses estilos, com um limite conhecido e mais perto de ser atingido, devemos evitar fazer entradas de curvas bruscas, mas seguir por trajetórias mais suaves. Em uma entrada brusca, podemos perder o poder de retificar um traçado levemente e também as suspensões podem afundar repentinamente, aumentando a possibilidade de raspar alguma parte no chão. E a única coisa que deve "apoiar" no chão são os pneus. Como vimos anteriormente, durante o contorno da curva, só nos arriscamos a perder a frente por excesso de apoio. Essa fase deve ser a menor possível, porque depois de soltarmos os freios, podemos dar gás o mais rápido possível. Aí já estamos na saída da curva e o risco de perdermos a frente passa a ser bem menor, mas deveremos ter cuidado com leves empinadas. Se quisermos manter o traçado sem abrirmos demais a curva, e seguir acelerando, deveremos exercer uma força sobre o guidão, mas na parte de fora da curva, da mesma forma que fazemos quando entramos na curva com os freios acionados, especialmente o dianteiro. Com a roda dianteira saindo do solo, o raio de giro aumentrá e a trajetória tenderá a abrir. Assim sendo, depois de passarmos pelo ápice da curva, ponto mais interno e lento da curva, gás!

Devemos abrir o gás, mas com a delicadeza necessária conforme a situação, porque até mesmo um pneu traseiro mais "pegajoso" é capaz de digerir uma pequena quantidade de tração em plena inclinação. Não podemos nos esquecer que esse já está sofrendo as forças de aceleração lateral. Quanto mais inclinados estivermos, menos poderemos acelerar e vice-versa. Se ao acelerarmos o pneu traseiro começar a derrapar, notaremos rapidamente principalmente se estivermos com uma marcha curta engrenada. Isso não é uma corrida, então, se começarmos a ignorar todos os sinais que recebemos da moto (leves rebotes de traseira, tendência de fechar a curva, motor acelerando etc.) e seguirmos acelerando não poderemos nos desculpar porque acabaremos no chão. Veremos mais adiante o quanto poderemos acelerar e inclinar, derrapando, com cada tipo de moto. Qual é a melhor forma de traçar uma curva de pois de saber tudo isso? Nós veremos mais para a frente, mas a essa altura deveremos ter certeza de que o mais interessante é prever a entrada de curva o máximo possível. É chegar, cortar a aceleração, frenar, reduzir as marchas e, com uma velocidade relativamente baixa, virar e deixar o ápice da curva para trás. Dessa forma, poderemos acelerar rápido e forte para sairmos catapultado para a próxima curva, elegendo a trajetória de saída que mais nos convenha, em função do tráfego e da estrada que estivermos rodando. Isso é muito importante em curvas à direita, porque se entrarmos em uma dessas curvas muito rápido, quando acelerarmos abriremos o traçado e nos deslocaremos rumo à pista em sentido contrário, ou seja, na contramão. Além de todas essas dicas para conduzir em curvas, podemos também mexer nas motos para incrementar na segurança ou no estilo de pilotagem. Por exemplo: se quisermos uma moto confortável para passear, regulamos as suspensões de forma mais suave e mole. Em contrapartida, se a intenção é andar esportivamente, devemos endurecer os hidráulicos das suspensões e alterar a pré-carga das molas para obtermos uma resposta mais precisa para mudar de direção.
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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por C Freitas » 14 Abr 2011, 14:09

:joinha:
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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por Kakko » 14 Abr 2011, 14:12

eu adotei um lema : DEVAGAR NAS CURVAS !!!
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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por doug01n » 14 Abr 2011, 14:48

Eu ainda morro de medo de fazer curvas em pista molhada. O medo maior é deitar demais a moto e perder a dianteira antes de perder a traseira... Uma derrapada de traseira se corrige no contra-esterço, e reflexo...

Aos mais experientes, qual a chance disso (perder a frente) acontecer em condições normais de pilotagem na chuva? (condições normais = entrar em curva com velocidade ideal, sem acionar freio dianteiro).
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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por Savério » 14 Abr 2011, 17:17

É até engraçado estarem comentando isso mas ontem mesmo eu indo embora com asfalto molhado e chegando em casa deitei um pouco pra fazer uma curva dobrando a esquina e a moto deu uma escorregada de frente q na hora eu endireitei o corpo colocando a moto em pé novamente e quase subi a calçada do outro lado, foi um senhor susto... eu estava em velocidade compatível com o terreno mesmo estando molhado, acredito eu q deveria ter alguma coisa no asfalto como óleo ou algo do tipo, sabe-se q o pior momento do asfalto molhado é quando começa a chover e naum deu tempo ainda de lavar as impurezas contidas nele, deve-se tomar bastante cuidado... então, velocidade compatível ou naum estamos sempre sujeito a tomar um chão, meu conselho é, tente naum deitar muito na pista molhada :D

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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por Hugo Falcão » 14 Abr 2011, 18:00

Savério, dia desses aconteceu isso comigo aqui em Maceió!
Estava indo ao posto de combustíveis pra calibrar os pneus da moto e abastecê-la para viajar no dia seguintei.
Tinha chovido e a pista ainda estava molhada, mas foi aquela chuva meio fraca, que só serviu pra espalhar a sujeira na pista, como óleop, por exemplo.

Eu vinha a 40km/h e entrei num cruzamento à esquerda.
Só senti a trazeira saindo de leve... óleo na pista! O pior é que não dava pra ver por causa da água e já era noite.
Aí é aquela velha manobrinha de jogar com o corpo nessa hora pra equilibrar o conjunto todo de novo.

Então, na chuva, não existe essa de condições normais! :)
Tem que se ter muito, mas muito cuidado mesmo!

Outra dica que dou aqui é com relação às faixas de pedestres e de divisões de faixa, aquelas pintadinhas no chão mesmo.
Aquilo ali em dia de chuva vira um sabão! Freou ali em cima, o peneu patina e com um pouco de sorte não vai pro chão!

Chuva é pau...
Cancelei uma viagem que faria amanhã, sexta-feira, a Recife, por causa da chuva. Está chovendo um bocado por lá!
Prefiro ficar em casa a pegar estrada na chuva, ainda mais numa estrada que tem muito movimento de caminhões, como é o caso da BR 101!

É isso, muito juízo na hora de pilotar é o melhor remédio pra não ir pro chão! :)

Abraços... :joinha:

Savério
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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por Savério » 15 Abr 2011, 09:42

Bem lembrado as faixas são criminosas, já li vários relatos de motoqueiros se espatelando por conta delas, li muitos artigos de especialistas no assunto reclamando sobre elas, que deveriam ser feita de um outro material, mas aqui no lisarb é assim mesmo, só nos cabe tomar muito cuidado.

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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por Kakko » 15 Abr 2011, 11:16

Também já ouvi diversos depoimentos sobre as faixas, inclusive um amigo meu descendo de Ténéré 600 com a namorada escorregou nessas faixas na rodovia Tamoios , na serra...
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Re: TÉCNICAS DE PILOTAGEM - CURVAS

Mensagem por doug01n » 15 Abr 2011, 11:36

Escorregar de traseira ainda tem volta.... Escoregar de frente, normalmente não tem.
Eu quase não deito a moto na chuva... faço ela quadrada de vez em quando.... E mesmo no seco, não gosto tanto de me aventurar deitando ela. Já vi tombo por óleo em pontos inesperados, ou mesmo AREIA, que vai caindo de caminhões basculantes de transporte de material de construção.

Tudo que diminui o contato do pneu com o asfalto deve ser considerado antes de deitar a moto com vontade... Acho que só deitaria sem medo mesmo se eu passasse 2x no mesmo lugar num intervalo de tempo de alguns minutos.... e mesmo assim, com total atenção.
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